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TOP20 - Músicas...

É sempre legal selecionar algumas das músicas que mais significam e significaram algo pra você, não é mesmo? Nesses últimos dias estive pensando nisso e resolvi escolher algumas das faixas que mais me acompanharam durante todos esses anos de vida. Abdicando análises técnicas tanto líricas quanto sonoras, a coleção que agrupei aqui é intimamente pessoal - de fato as músicas que mais me influenciaram e estiveram presentes no meu dia a dia, independente se foram bem recebidas pela mídia em geral ou não. Ou se causaram algum impacto pelo mundo afora… A maioria se relaciona bastante com amor, nostalgia, rejeições e afabilidade. Um pouco os atributos, modéstia à parte, que compusaram minha vida até aqui.

A única regra que propus é não repetir o mesmo artista durante a seleção. Sem mais delongas, segue a lista abaixo. Começando dos maiores pros menores, em ordem decrescente…

Título: That's What You Do
Intérprete: Maximilian Hecker
Composição: Maximilian Hecker
Álbum/Single: Rose (2003)

Sobre o artista: Não lembro ao certo quando conheci o Maximilian Hecker… Se não me falha a memória, foi conferindo um cover que ele fez pra música Homesick, do Kings of Convenience em um fã-site dos noruegueses. A versão é realmente linda, em piano. Logo depois disso comecei a explorar mais os trabalhos dele, ouvindo desde seus primeiros álbuns até os atuais. Às vezes acho engraçado como ele não se tornou muito popular num ambiente e época tão propícios. Talvez por ser um pouco vanguardista, emotivo e sentimental demais. Mas há muito do Radiohead em diversas obras dele, porém creio eu de uma forma menos irascível e auto-flagelante. E com um lírico mais vivo e apaixonante… Ou seja, menos rock, mais acústico, folk, sinfônico e amável. Meu álbum favorito dele ainda continua sendo o Lady Sleep (2005) - embora Rose (2003) e Infinite Love Songs (2001) talvez sejam os mais pessoais dele - que é talvez o mais deprimente da carreira, entretanto conta com algumas canções bem belas. Um tanto solitárias e desnorteadas, mas belas. Maximilian é alemão (embora tenha grande popularidade na Ásia - China, em especial), natural de Heidenheim, tem (surpreendentes) 31 anos e cita suas influências como sendo, no geral, o indie/rock alternativo, com nomes como Tim Buckley, Bob Dylan, Fionn Regan e Radiohead.
Sobre a música: É bem provável que essa seja uma das músicas mais simples do catálogo dele. Mas enfim, né. É uma das que mais com culpa me identifico. Digo com culpa porque, de certa forma, acho ela um pouco dramática, inocente e, principalmente, indolente demais. Daqueles que culpam a pessoa porque elas não os amam… Mas, como disse, produz algum conforto a mim nos momentos difíceis, ainda que eu saiba que estou sendo um tanto displicente. Nas primeiras estrofes, mais serenas, o narrador diz que ama, quer e deseja muito alguém para, depois, nas estrofes seguintes, mais bruscas, mostrar o outro lado da história, dizendo que quem ele ama, nega literalmente tudo que antes ele dissera que sente por ela, opondo-se a todos os seus sentimentos. É bem óbvia e simplória demais, mas pode atrair quem naturalmente já alguma vez tenha tido alguma experiência com isso. Ela me lembra um pouco o ensino médio. Aonde tive uma das minhas primeiras paixões platônicas e tal… Que infelizmente não tenho muito de bom pra recordar.
Melhor Trecho:

"But you don’t want me
You don’t need me
You don’t love me
You don’t please me
You don’t care for me and walk away
That’s what you do"

Título: The Scientist
Intérprete: Coldplay
Composição: Chris Martin, Guy Berryman, Jon Buckland e Will Champion
Álbum/Single: A Rush of Blood to the Head (2002)

Sobre o artista: Ah, Coldplay… Quem não conhece o Coldplay? Aqueles quatro britânicos que tentam, sem sucesso (felizmente), serem um Radiohead. Lembro quando os conheci, vendo o clipe exatamente dessa música na TV. No início, não me chamou tanto atenção, mas bastou algum tempo pra eu começar a vasculhar coisas deles pela internet e talvez terem se tornado uma das minhas bandas favoritas na época. Dizem que um jovem de classe média/alta, quando evolui musicalmente, passa do Coldplay pro Radiohead… Por níveis assim… Deveria eu acreditar nisso? Porque comigo não aconteceu assim… Ok, estou sendo irônico. O Coldplay é uma ótima banda pop/rock que, acredito eu, em pouco tempo sucederá o U2, considerando os apoteóticos hinos que eles vem desenvolvendo atualmente - sendo esse mesmo aqui mencionado, um dos exemplos. Eles são fortes, ainda sem o aval total dos críticos. E o melhor de tudo: abrangem desde o desfavorecido socialmente, até o favorecido socialmente. E olha que realmente são poucos os que conseguem a proeza… A banda é natural de Londres, Inglaterra. As influências, óbvio, mestre Thom Yorke, Jeff Buckley, Arcade Fire e Echo & the Bunnymen. Uma salada, realmente. E é o que na verdade eles são. Uma pena que, após a instauração da cultura indie (em suma, aquela que você percebe em alguém, quando esse alguém diz que Coldplay é muito pop e que prefere coisas mais "complexas"), eles não sejam levados tão mais a sério… Às vezes acho os indies muito deselegantes e, em negrito, por favor: hipócritas… Vários deles que começaram a desconasiderá-los após a massificação, ainda choram com essa música. Como disse eu uma vez, meu orgasmo social será quando Thom Yorke fizer um dueto com a Madonna… Suicidios à vista!
Sobre a música: Bom, já falei erroneamente o bastante sobre a música acima, né. Mas ainda restaram alguns detalhes a serem relatados: essa música talvez tenha sido um dos meus primeiros contatos com o dito rock alternativo da época - se não me engano, R.E.M. foi minha primeira favorita no gênero. E chegou numa época em que, oficialmente, meu primeiro amor platônico aclarou-se. Essa também foi a primeira música (talvez oficialmente, de novo) que chorei - mas por iniciativa própria, confesso, estava querendo. Isso, em meados de 2004 ou 2003, acho, quando tinha 14 ou 13 anos de idade. Fase transitória, um pouco instável - embora eu considere a passagem dos 20 aos 30 anos, uma das mais árduas (e olha que nem estive lá ainda, heim, e já projeto). The Scientist conta sobre a inviabilidade de um amor, a abordagem pop do alternativo/indie, que eu me referenciei bastante quando escutei. E até hoje ainda concordo com a estrela Martin: "ninguém nunca disse que seria fácil." É, ninguém nunca disse mesmo… Bastante arrogante e egocêntrico que o convencional, o ser humano ainda sustenta uma saudável sensibilidade, não é mesmo? Felizmente!
Melhor Trecho:

"Nobody said it was easy
Oh it's such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be so hard
I'm going back to the start"

Título: Nightjar
Intérprete: Jon Hopkins
Composição: Jon Hopkins
Álbum/Single: Contact Note (2004)

Sobre o artista: Jon Hopkins, jovem instrumentista inglês que já coleciona trabalhos com Coldplay (sim, é aquele mesmo detentor da melodia de Life In Technicolor - Light Through the Veins, em sua versão original), Imogen Heap, David Holmes e Massive Attack. Primariamente eletrônico (ambiental; downtempo; chill-out), seu som sempre foi bastante ambiental. E seus álbuns, um tanto experimentais. Meu disco favorito dele ainda permanece sendo o Opalescent (2001), seu primeiro projeto. Sua sonoridade sempre foi relaxante, vertiginosa e ilusória. Apesar de contar já com 3 álbuns na estrada, pouco é conhecido sobre ele na grande mídia. Sua popularidade, idem: se limita a um grupo selecionado. Contact Note, o álbum da capa acima, traz contribuições com Imogen Heap e Lisa Lindley-Jones. Sempre gosto de ouvi-lo de vez em quando. Com maior frequência, a noite, ou, há alguns meses atrás, antes de dormir. Verdadeiramente lhe traz uma paz incomparável. Lembro de uma vez ir escutando o Opalescent o caminho todo até minha faculdade. No ônibus. Um trânsito enorme e o tempo, chuvoso. E é, foi possível se desvencilhar de tudo aquilo temporariamente… Nightjar, por pouco, não perdeu para Inner Peace e Lost in Thought nessa seleção, ambas do seu primeiro CD. Sempre achei seu som um pouco solitário, disperso e tudo mais. Mas de uma beleza desigual. Lindo mesmo. Sonhador. Vale a pena se deliciar…
Sobre a música: Há exatos alguns minutos atrás descobri que Nightjar significa uma espécie de pássaro de hábito noturno que se alimenta de insetos… Interessante, não? De certa forma me identifico a respeito do fato de ter hábito noturno. A ambientação dessa é soturna. Começa com alguns leves toques de sino para dentro de alguns segundos, a atmosfera árida chegar. Essa talvez seja a faixa mais obscura e misteriosa do Jon Hopkins, ainda considerando que seu vasto material normalmente preencha essas características. Essa música se tornou marcante pra mim, creio eu, quando a escutei ininterruptamente durante uma madrugada. Acho que sem nenhuma razão em específico. Apenas degustando sua gélida jornada. O piano, as batidas, as progressões. Tudo louvável. Aconselhável escutar em algum momento, sozinho, às escuras, observando alguma paisagem e, melhor, pensando em algo que você ama. Mas inevitavelmente sempre me pego a relacionando com vida, natureza e tudo isso. E, do outro lado da coisa, ainda não consigo vê-la como uma música muito positiva. Consigo desenhar um homem, desiludido, ainda encontrando beleza na vida e, decididamente, se apegando a isso - pois é o que, no final das contas, resta-se pra se apegar.
Melhor Trecho:

Instrumental

Título: Hollywood On My Toothpaste
Intérprete: Télépopmusik
Composição: Fabrice Dumont, Michael Giffts e Stephan Haeri
Álbum/Single: Angel Milk (2005)

Sobre o artista: Télépopmusik é um grupo francês eletrônico (downtempo; trip hop) consistido por Fabrice Dumont, Stephan Haeri e Christophe Hetier. A carreira deles ainda é bem pequena, tendo seu início em 1998 e seu primeiro álbum, Genetic World (2001), só lançado 3 anos depois. Mas foi o Angel Milk (2005), que mais me chamou atenção. Seja pela capa intrigante ou, depois de escutá-lo, suas melodias um tanto melancólicas e desalentadas, porém bastante criativas. O lírico é relatável, ainda que comumente seja depressivo. Lembro que os conheci há pouco tempo atrás, quando, aqui mesmo no LastFM, vi que o Röyksopp (uma das minhas bandas favoritas), tinha eles como músicos relacionáveis. Conferi o Angel Milk e, pra minha surpresa - não tanta, avaliando que estava numa condição favorável - ele se tornou um dos inclusive álbuns favoritos. Principalmente em virtude das letras.
Sobre a música: A música parcialmente descreve um cenário bem parecido que tive que lidar há semanas atrás. E de certa forma talvez descreva, mais fielmente ainda, alguns obstáculos que ela mesma tenha enfrentado ou ainda enfrente. É aquela coisa toda da obsessão: você amando alguém e esse alguém, sabendo disso, prossegue alimentando aquilo com falsas esperanças - parece que pelo simples fato de ter alguma satisfação em ver você desolado e visivelmente vulnerável. É, mais uma vez, o amor não correspondido sendo focado. Mas de uma forma bastante radical e trágica, mostrando um narrador perdidamente dependente. O que, de um jeito ou de outro, já fui em alguns relacionamentos. Ela é interpretada em um rap, transposto por uma ambientação enigmática e, às vezes, rude. A forma como os versos são ditos e, conforme a melodia áspera progride, transmite uma real sensação de desespero e confusão por parte do narrador. Nem há muito o que dizer aqui, mas sim ler a letra. Ela fala por si só… A guitarra, ao fim, é indescritível.
Melhor Trecho:

"It was a game to you
Never a game to me
Now you’re waiting to see what I’ll do next, but like a reflex
I already know everything you said
Last night was just another test, just another way
For you to mess with my head"

Título: No Excuses
Intérprete: Air France
Composição: Joel & Henrik
Álbum/Single: No Way Down (2008)

Sobre o artista: Air France é uma dupla eletrônica (disco; dance; eletropop) sueca de Gotemburgo composta por Joel e Henrik. O fator indie é tanto que não sei nem o nome deles completo, acredita? Eles possuem apenas dois EPs: On Trade Winds (2006) e No Way Down (2008). Quem quiser conferir, clique aqui para ir ao MySpace.
Sobre a música: Conheci essa música inusitadamente em um programa de rádio em que o Pet Shop Boys escolheu algumas das músicas preferidas deles da década (se não me engano, foi na Absolute Radio). Assim que ouvi, prontamente me interessei e conferi esse EP: simplesmente maravilhoso. Do início ao fim. Às vezes até ainda penso em colocá-lo como um dos meus álbuns favoritos… No Excuses é magnífica. Uma das melodias mais lindas que escutei na minha vida. Vivaz, jovial, orgásmica, esplêndida! É um "Welcome!" efusivo à vida!
Melhor Trecho:

"No excuses left
Waiting to fail, but not quite yet"

Título: Nobody Loves You (When You're Down And Out)
Intérprete: John Lennon
Composição: John Lennon
Álbum/Single: Walls And Bridges (1974)

Sobre o artista: Bom… Quem não conhece John Lennon? O mito. A lenda. Letras estupendas e idiosincráticas. Sem dúvida um dos maiores artistas do século. Singular. Único. Enfim, difícil defini-lo com meras palavras.
Sobre a música: Confesso que fiquei com dúvida em qual música escolher dele. Watching The Wheels, Imagine ou Happy Xmas (War Is Over)? E ainda sobrava God… Mas Nobody Loves You (When You're Down And Out) certamente é uma das faixas dele que mais me identifico. Acho que nunca ninguém tinha sido tão direto, espontâneo e inteligente ao afirmar a frase que intitula essa música. As passagens "nobody loves you when you're down and out (ninguém te ama quando você está pra baixo)" e "everybody loves you when you're six foot in the ground (todos te amam quando você está por cima)" são impagáveis. Acho que há pouco mais de verdade no mundo caso se excetua essas duas ponderações… Infelizmente, em boa parte dos casos - e pessoas - é assim que funciona. E como é verdade que ninguém te ama mesmo quando você está na pior, não é mesmo? Ninguém. E, já ia me esquecendo: "It's all show biz!" Dizem que essa música foi escrita para o Paul McCartney… De qualquer forma, é um retrato venerável da sociedade - em uma das suas piores crueldades.
Melhor Trecho:

"Nobody loves you when you're old and grey
Nobody needs you when you're upside down
Everybody's hollerin' 'bout their own birthday
Everybody loves you when you're six foot in the ground"

Título: Alpha Male
Intérprete: Röyksopp
Composição: Svein Berge e Torbjørn Brundtland
Álbum/Single: The Understanding (2005)

Sobre o artista: Röyksopp é uma dupla eletrônica (downtempo; chill-out; dance; eletropop) provinda de Tromsø, Noruega. Lembro que os conheci por meio de uma compilação da Ministry of Sound (Very Best of Chillout Sessions) de 2003, a partir da música Eple. Recordo que, de imediato, essa não foi uma das que me chamaram mais atenção. No entanto, conforme o tempo, foi se tornando uma das minhas favoritas. Dentro de alguns dias já estava escutando o Melody A.M., primeiro álbum dos nórdicos, e The Understanding, segundo e talvez um dos mais populares deles. Engraçado que custou algumas semanas pra eu gostar do segundo trabalho e, em contrapartida, o primeiro instantanemante me fisgou, sendo Poor Leno, Sparks, In Space e Remind Me uma das minhas pediletas. Era um Röyksopp mais experimental e relaxante. No The Understanding, a sonoridade passou a ser um pouco mais robusta e amigável (leia-se acessível), com canções mais edificantes (Only This Moment; What Else Is There?) e trechos que mantiveram a ousadia já anteriormente exprimida (Alpha Male; Dead to the World). Esse ainda continua sendo meu álbum favorito e provavelmente o que mais escuto deles. Mais um que adquiri apreço ouvindo durante o caminho até minha faculdade, no ônibus. Dentre suas influências, Mike Oldfield, Talking Heads e Art of Noise marcam presença.
Sobre a música: Orgásmica. Acho que já usei essa palavra aqui antes, não? Mas é a que melhor a define. Uma excitante erupção sequencial de sintetizadores. Um crescendo se inícia brando e indulgente para se transformar em um viril e elusivo instrumental que, ao final, recesa novamente. Uma cativante viagem… Se prepare, aperte os cintos e aproveite a jornada! Foi difícil escolher, mas acho que essa é minha favorita deles. Alguns notam uma pequena semelhança com o Pink Floyd por aqui. E eu, sob alguns ângulos, concordo. Ainda que Tangerine Dream e Kraftwerk fossem os nomes mais adequados.
Melhor Trecho:

Instrumental

Título: You Can Close Your Eyes
Intérprete: Ben Taylor, Carly Simon e Sally Taylor
Composição: James Taylor
Álbum/Single: Into White (2007)

Sobre o artista: Infelizmente conheço bem pouco sobre a Carly Simon - algumas mais famosas e os últimos dois álbuns dela: Into White (2007) e This Kind of Love (2008), sendo que o recém-lançado Never Been Gone (2009), ainda não escutei. Mas ela é bem popular nos Estados Unidos, seu país de origem. Carly nasceu em Nova Iorque e acumula, entre seus sucessos, faixas como You're So Vain, Nobody Does It Better e You Belong to Me. Ela também é conhecida pelo seu relacionamento com James Taylor, um dos maiores compositores norte-americanos, do qual ela teve dois filhos: Sally Taylor e Ben Taylor, que graciosamente estão presentes nessa música descrita logo abaixo…
Sobre a música: Originalmente escrita pelo seu antigo companheiro e pai dos seus dois filhos, James Taylor, nessa nova versão, em piano, ela é entoada por ela com a colaboração de ambos. Uma carinhosa união em família - sejam pelos vocais, compartilhados entre os três, simultaneamente, ou a composição lírica. Apesar da música ser meio triste e ter um ar de despedida, sempre tenho uma sensação confortadora. O melhor momento é ao final, quando, repetindo ao receptor que tudo ficará bem e que ele pode fechar seus olhos, o narrador inesperadamente deixa um trecho dos seus dizeres incompletos, denotanto que de fato tenha os deixado. Essa é possivelmente uma das músicas mais bonitas e tocantes pra mim, embora nem mesmo goste tanto - talvez porque desconheço boa parte - dos trabalhos nem dela e do James - embora Sweet Baby James tenha sido cogitada nessa lista.
Melhor Trecho:

"So close your eyes, you can close your eyes, it's all right
I don't know no love songs and I can't sing the blues anymore
But I can sing this song and you can sing this song
When I am gone, ooh, when I am gone, ooh, when I…"

Título: True Colors
Intérprete: Phill Collins
Composição: Tom Kelly e William Steinberg
Álbum/Single: Hits (1998)

Sobre o artista: Líder do lendário Genesis (pós Peter Gabriel), Phil Collins produziu ao longo da sua carreira solo algumas das maiores músicas pop dos anos 80 e 90, tais como Another Day in Paradise, Against All Odds (Take a Look at Me Now) e a clássica In the Air Tonight. Lembro que já escutava bastante ele quando pequeno por meio dos meus pais, mas só fui me interessar mesmo, durante a adolescência. O interessante é que não tenho nenhum álbum dele - apesar de ter ouvido o último, Testify - mas tenho sua compilação de melhores, Hits (1998). Phil é de Londres e carrega como influências Buddy Rich, The Mahavishnu Orchestra e Weather Report.
Sobre a música: Engraçado que essa música é original da Cyndi Lauper e escrita por Tom Kelly e William Steinberg, versão que não gosto tanto quanto a dele, embora tenha sido a primeira. Não me recordo muito bem quando a escutei pela primeira vez - é provável que esteja em algum canto pouco inteligível da minha infância - mas lembro quando ela se tornou uma das minhas favoritas de todos os tempos: algumas semanas atrás, quando estranhamente comecei a prestar atenção nas letras. Acho linda. Com um narrador determinado em encorajar sua(seu) suposta(o) amiga(o) ou companheira(o). É uma balada bem bonita e uma das minhas faixas noturnas. O estranho é que gosto de escutar quando estou um pouco triste e cabisbaixo. Literalmente feroz quanto ao embaraçoso rumo que nossa sociedade tomou e anda tomando… Mas parece que é assim mesmo, né. De qualquer forma, acho uma música positiva - não tão "complexa" e bastante pop, do jeito que os indies mais orgulhosos odeiam - e espero que faça sentido pra muitos mais por aí.
Melhor Trecho:

"But I see your true colors
Shining through
I see your true colors
And that's why I love you
So don't be afraid to let them show
Your true colors
True colors are beautiful,
Like a rainbow"

Título: Love Will Tear Us Apart
Intérprete: Joy Division
Composição: Bernard Sumner, Ian Curtis, Stephen Morris e Peter Hook
Álbum/Single: Substance (1988)

Sobre o artista: Joy Division é uma das principais bandas advindas do pós-punk inglês dos anos 70 e é seguramente uma das mais influentes no meio. Outra que desconheço bastante, mas admiro seus grandes clássicos. O grupo perdurou até 1980, quando o vocalista, Ian Curtis, cometeu suicidio. Consequentemente, os remanscentes formaram o New Order, alguns anos depois. Ian, provavelmente o emblemático líder e figura de maior destaque entre os demais, cita como influências David Bowie, Lou Reed, Iggy Pop e Jim Morrison.
Sobre a música: Mais uma que as letras, apesar de simples e objetivas, explicam por si só. E como é verdade que o amor muitas vezes nos separa de quem amamos, não é mesmo? Quantas vezes já me deparei com isso… Difícil até de contar. Recentemente mesmo, mais uma vez, comprovei que, às vezes (boa parte delas), a afirmação é verdadeira. Embora melancólico, esse é sem dúvida um dos hinos da música pop inglesa.
Melhor Trecho:

"But love, love wil tear us apart, again
Love, love will tear us apart, again"

Título: Maresias
Intérprete: Robert Miles
Composição: Roberto Concina
Álbum/Single: 23 AM (1997)

Sobre o artista: Robert Miles é um músico eletrônico (downtempo; trance; chill-out) suiço que despontou para o mundo com os sucessos Children e Fable, do seu primeiro álbum de estúdio Dreamland. Um ano depois, seu segundo, 23 AM, foi lançado e apesar de não ter tido uma grande receptividade como o primeiro obteve, algumas faixas se sobressairam. Nessa época ele começou a produzir gravações com uma influência grande do jazz, fundido a melodias eletrônicas. Ele foi notável no trance durante o fim dos anos 90, com músicas sumariamente instrumentais. Não lembro direito como o conheci, mas é provável que tenha sido através de Children, num período em que iniciou meu profundo interesse pela música eletrônica.
Sobre a música: Ainda lembro até hoje: pela manhã, indo para a escola na perua, escutando essa, um pouco sonolento e, vagarosamente, o amanhecer surgindo, com o sol raiando. Essa é a imagem que mais me relaciono com ela, porém também não me recordo quando a senti atrativa. Sempre gosto de ouvir quando estou viajando, ou simplesmente acompanhando alguma paisagem. Acredito que ela também sempre estará conectada com manhã e a expectativa de um novo dia. Renovar-se, reinventar-se. Positivamente se deliciar da alegria de estar vivo.
Melhor Trecho:

Instrumental

Título: Jens Lekman's Farewell Song To Rocky Dennis
Intérprete: Jens Lekman
Composição: Jens Lekman
Álbum/Single: Oh You're So Silent Jens (2005)

Sobre o artista: Jens Lekman é um artista indie pop sueco de Gotemburgo. Ele tem apenas três álbuns: When I Said I Wanted to Be Your Dog (2004), Oh You're So Silent Jens (2005) e Night Falls Over Kortedala (2007) e alguns EPs lançados na sua ainda breve, mas já memorável carreira. Lembro que o conheci com Sipping on the Sweet Nectar ("I see myself on my deathbed saying… 'I wish I would have loved less'" - uma das minhas frases também favoritas), do seu terceiro e um dos meus favoritos álbuns, entretanto não me recordo ao certo, pra variar, quando foi a primeira vez que o escutei. Ele é sem dúvida um dos artistas mais originais, talentosos e honestos que conheci recentemente - e olha que é difícil encontrar preciosidades assim na indústria. Mas a pergunta que não quer calar: quando sairá seu próximo álbum, Jens? Pra se ter noção do tanto que ele vive apaixonadamente e livremente sua vida, aposto que não sairá nada novo tão cedo. Vale a pena dar uma chance a ele. A meu ver, suas letras tragicômicas, o carisma e o instrumental retro das suas gravações, estão entre os seus melhores.
Sobre a música: "You're a drop of blood in my glass of milk"… Aí lhe pergunto, como não amar? Esse trecho é de Shirin, mas tenho quase certeza que Jens Lekman's Farewell Song To Rocky Dennis é minha favorita dele. Rocky Dennis foi um garoto americano portador de uma doença rara chamada displasia craniofacial, que fazia com que seus ossos crescessem descontroladamente, desfigurando seu rosto. A doença não tem cura e ele acabou morrendo aos 16 anos (um filme, intitulado "Mask" (1985), foi produzido narrando sua história). De certa forma essa música, do Jens, simpatiza-se com a vida nada fácil que Dennis precisou forçosamente lidar durante o período que estava vivo, seja no convivio com outras pessoas ou nas complicações que ele enfrentava com a sua saúde. Meu trecho preferido é quando Jens diz que não sabe quem são seus amigos e pede a Rocky Dennis que diga quem os são - numa óbvia analogia à amizade verdadeira que Dennis por um lado desenvolveu na sua adolescência, tendo em vista que preconceituosamente poucos aceitavam estar próximos dele. Sendo assim, apenas seus verdadeiros companheiros estiveram ao seu lado. A música é bem bonita, com uma ambientação bastante noturna e um tanto desalentada. O clima parece um pouco frio, enquanto as notas do piano são tocadas sutilmente por ele, acompanhadas pela letra empática e também solitária - mas sem deixar de ser doce.
Melhor Trecho:

"But now I don't know who my friend is
Can you tell me Rocky Dennis?
Now I don't know who my friend is
Can you tell me Rocky Dennis?"

Título: Regret
Intérprete: New Order
Composição: Bernard Sumner, Gillian Gilbert, Peter Hook, Stephen Hague e Stephen Morris
Álbum/Single: Republic (1993)

Sobre o artista: New Order! Uma das minhas bandas favoritas. Das lá do topo… Sabe, até gosto do Joy Division, mas às vezes prefiro o positivismo - ou seria o realismo? - dos sucessores do que o negativismo do que generalizadamente eram antes. Sem contar que eu, aficionado que sou pelo eletrônico, ficaria com eles, né. O New Order é a formação original do Joy sem o Ian e com Gillian Gilbert - nada melhor que um toque feminino, não é mesmo? Apesar do meu álbum preferido deles ser o Technique (1989) - escolher entre Love Less, Dream Attack, Vanishing Point e os outros diversos hits deles, não foi fácil - acho que Regret é a faixa que mais me identifico. E sei lá, de uns tempos pra cá, comecei a me dar conta de que sou de fato fã incondicional do Bernard - talvez até mesmo na mesma proporção do Neil e Chris. Fato é que os três participaram de atos que possuem como marca registrada uma produção sonora única. Nada será muito parecido com New Order, assim como nada será muito parecido com Pet Shop Boys. No sentido instigante da coisa mesmo… Uma pena que eles tenham acabado. Sumner, querendo mais eletrônico e Hook, querendo mais rock. Deve ter sido mais ou menos assim, né. Os dois querendo liderar uma das maiores bandas britânicas. Ao menos ainda restam as memórias das épicas obras que realizaram até aqui.
Sobre a música: "I've seen what a man can do… I've seen all the hate of a woman too"… Ah, New Order. Não lembro quando ouvi Regret pela primeira vez - novamente, escondido em algum canto da minha infância - mas sei que ela sempre foi a música que mais me chamou atenção entre as demais, que também chamam bastante minha atenção. Talvez ela seja a música mais nostálgica que já escutei. A narração é um pouco simples, com um eu-lírico comentando sobre sua vida, alguns acontecimentos dos quais ele pouco se arrepende - embora de uma forma pouco convincente - e claro, sobre amor. Adoro a ambientação, melodia e as letras. O trecho ao final, mesclado aos riffs magistrais do Hook, é indescritível. Ela sempre me leva de volta pra infância, adolescência. Um entardecer urbano de um feriado numa sexta-feira… Fim de outono. Ruas calmas. Folhas caindo no chão. Ê vida…
Melhor Trecho:

"Just wait till tomorrow
I guess that's what they all say
Just before they fall apart"

Título: Winning a Battle, Losing the War
Intérprete: Kings of Convenience
Composição: Eirik Glambek Bøe e Erlend Øye
Álbum/Single: Quiet Is the New Loud (2001)

Sobre o artista: Kings of Convenience é um duo indie pop norueguês de Bergen consistido por Eirik Bøe e Erlend Øye. A primeira vez que os escutei foi numa rádio aqui no Brasil chamada Antena 1 - a música era Misread, uma das mais conhecidas da dupla. Aos poucos fui adquirindo maior interesse, conferindo seus álbuns, b-sides e shows ao vivo em vídeo e MP3, até chegar aos dias atuais, considerando-os um dos meus músicos favoritos e provavelmente uma das bandas mais influentes da minha adolescência. Meu álbum favorito deles ainda continua sendo o Riot On An Empty Street (2004), segundo de estúdio, seguido pelo primeiro, Quiet Is the New Loud (2001) e Declaration of Dependence (2009), o mais recente. Também gosto bastante e acompanho sempre que possível a carreira solo do Erlend (Unrest é um dos que também entram no meu TOP20, álbuns), bem como seu projeto paralelo com a banda minimal alemã The Whitest Boy Alive. Costumam chamar eles de os Simon & Garfunkel da nossa geração, comparação que até concordo, analisando que seus materiais são mesmo em grande parte acústicos e sonicamente serenos. Pra mim, um dos maiores e mais significativos - ênfase ao lírico - artistas indies surgidos nos últimos tempos. Pena que nunca fui a nenhum show deles (e olha que estiveram no Brasil há pouco tempo), mas sem sombra de dúvidas são um dos que mais admiro.
Sobre a música: Acho que Winning a Battle, Losing the War foi a primeira música deles que realmente me intrigou. A letra é bastante simples e direta: um narrador dissertando seu amor incondicional a sua amada. Lembro que me serviu muito nas épocas dos meus amores - ainda acho estranho chamar de "amor" até hoje - impossíveis. E eu realmente me sentia naquilo. Dizendo todas essas palavras. Num digno à la "mesmo você não me querendo, estarei ao seu lado". De lá pra cá, as coisas mudaram um pouco - talvez, leia-se amadurecimento - mas de forma alguma cessou o meu intenso desejo de poder declarar uma a uma essas palavras a alguém quando a esse alguém eu estiver conciliado. Acho complicado atualmente fazer aquela coisa toda de cega devoção e paixão enquanto a objetivada desdenha sem pudor dos meus sentimentos, talvez porque tenha aprendido algumas coisas ao longo dessa estrada de 19 anos. Mas é engraçado, sabia… Eu digo isso, mas vira e mexe ainda mantenho essa postura. Que muitas dizem advir da carência e solidão, e exatamente por isso, as ignoram. E bom, o que me resta é humildemente concordar - porque eu de fato não tiro nenhuma razão delas. O mundo - ou as pessoas? - é meio estranho, mas ainda assim continua belo. Esperamos que por um bom tempo ainda…
Melhor Trecho:

"Even though I'm not her minder
Even though she doesn't want me around
I am on my feet to find her
To make sure that she is safe from harm"

Título: Losing My Religion
Intérprete: R.E.M.
Composição: Bill Berry, Michael Stipe, Mike Mills e Peter Buck
Álbum/Single: Out of Time (1991)

Sobre o artista: R.E.M.! Minha primeira banda alternativa favorita. Por influência direta do meu pai, curiosamente. Lembro até hoje quando ele chegou com o CD de Reveal - o mais engraçado é que, até hoje, ele só gosta de Imitation of Life - e esse se tornou o meu álbum favorito deles. Acho difícil dizer que sou fã realmente assim, mas asseguro que gosto de boa parte dos trabalhos que produziram até aqui. R.E.M. foi formado originalmente por Bill Berry, Michael Stipe, Mike Mills e Peter Buck, sendo que Bill deixou a banda em meados de 1997. Eles são de Athens, Geórgia, Estados Unidos e citam como influências, Patti Smith, Television e The Velvet Underground. Essa é uma banda que teria disposição de ir a um show - ainda que me sentisse um pouco estranho em meio àquela aura toda do rock… Jovens de classe média, brancos, cabelos escuros, óculos. Intelectualidade estampada. Aquela coisa indie que todos percebem quando vão a algo do Radiohead ou, no Brasil, Los Hermanos. Que não tenho nada contra, óbvio. Mas confesso que tenho uma certa aversão aos que se levam tão a sério e esquecem que vão ao banheiro todos os dias. O R.E.M. felizmente é meio pop e, o melhor, genuinamente artístico.
Sobre a música: Essa é quase sem dúvidas uma das minhas letras preferidas de todos os tempos. Chego próximo a um orgasmo quando o narrador diz que havia dito demais e, em contrapartida, não dito nada, com a intenção de insinuar que havia conversado demais com a sua companhia, mas nada que representasse algum valor ou que verdadeiramente expressasse seus sentimentos por ela. Aquela coisa de geralmente fazemos em encontros: falamos, falamos, falamos, mas raramente o que queríamos mesmo, muitas vezes por timidez. A letra narra boa parte de diversos acontecimentos que já participei: desde a trágica perda da minha religião por alguém ou a conscientização de que aquilo era apenas um sonho. Ah, e quando ele diz que ele achou que ela havia sorrido… Ou até mesmo tentado… É isso, senão minha letra favorita, uma das.
Melhor Trecho:

"That's me in the corner
That's me in the spot light
Losing my religion
Trying to keep up with you
And I don't know if I can do it
Oh, no I've said too much
I haven't said enough"

Título: Love Comes To Everyone
Intérprete: Eric Clapton
Composição: George Harrison
Álbum/Single: Back Home (2005)

Sobre o artista: Estranho é que conheço bem pouco mesmo os trabalhos do Eric Clapton. Claro, sei da sua existência e a sua influente e grandiosa contribuição ao rock britânico e norte-americano, mas são poucas as suas músicas que escutei até hoje. Eric é inglês, de Ripley, Surrey e suas principais referências musicais são Bob Marley, J.J. Cale, Bo Diddley, Robert Johnson e Bob Dylan. Não lembro quando o escutei pela primeira vez, mas acredito que tenha sido com algum clipe na TV, ou alguma reportagem, matéria, artigo, etc., considerando que ele é bastante popular e um dos mais notórios guitarristas. Esse é, pra mim, um daqueles artistas que nem temos muito interesse em conhecer sua carreira mais a fundo, mas por algum motivo, uma canção sua o cativou. O mais inusitado é que nem mesmo a canção é dele, e sim um cover, oriundo da era solo de um dos beatles, George Harrison.
Sobre a música: Não sei por que, mas gosto bastante dessa reinterpretação - é provável que tenha muito a ver com os sintetizadores, os vocais de fundo e a campestre voz de Eric. O que mais gosto, óbvio, são as letras que, realmente simples, contem uma das pronuncias que mais acredito: o amor vem para todos. Ainda que esse amor seja uma simples amizade ou o amor de simplesmente fazer o que se ama, estar com quem se ama ou, melhor ainda, a paixão de estar vivo. Sempre a vi de uma forma genérica assim. E sempre a escutei com um ar de ensinamento, com o narrador aconselhando, ao final da sua vida, que o amor, mesmo depois de tudo, vem para todos. Eu sei, excede os limites tradicionais do positivismo, não é mesmo? Mas prefiro que seja assim. E acho que se ao menos mais da metade da população desse planeta pensasse assim, estaríamos bem melhor. É uma forma de se fazer o exercício - que deveria ser diário - de sorrir.
Melhor Trecho:

"For you who it always seems blue
It all, yeah, never rains
But it pours,
Still it only takes time…
'Til love comes to everyone"

Título: No Ordinary Morning
Intérprete: Chicane e Tracy Ackerman
Composição: Nick Bracegirdle e Ray Hedges
Álbum/Single: Behind the Sun (2000)

Sobre o artista: Chicane - nome artístico de Nick Bracegirdle - é mais um que conheci por intermédio da compilação eletrônica Very Best of Chillout Sessions da Ministry of Sound. E foi precisamente com essa música, No Ordinary Morning, que era uma das primeiras do primeiro CD da coleção - essa também é possível que tenha sido minha primeira favorita e íntima experiência com o gênero chill-out, pois foi a primeira também a me simpatizar dentre as demais no álbum. Chicane é conhecido pelos hinos eletrônicos Saltwater, Offshore e Sunstroke, que fizeram espesso estrondo nos clubes noturnos por volta do fim da década de 90 e início dos 00s. Desde então, ele optou pela vertente rock/pop, lançando singles como Stoned In Love, em 2006 - com Tom Jones - e Love On The Run, produzida em conjunto com o time de produtores eletropop britânico Xenomania - em específico, Brian Higgins. Alguns admitem (como eu) sentir saudades dos seus tempos áureos e mais experimentais; quando haviam de fato faixas mais instrumentais e uma abordagem bastante chill-out/downtempo, mesclada ao dance/disco. Tudo indica que vem material desse tipo por aí. O que resta é torcer e aguardar, né. Meu álbum favorito dele é o Behind the Sun, segundo de estúdio e sucessor do Far From The Maddening Crowds, seu projeto mais relaxante e puramente eletrônico. Nick ainda promoveu seu rock/eletrônico no Somersault em 2007 - após turbulências com o previsto, mas cancelado Easy To Assemble - antes de obter sucesso e a façanha de um sétimo lugar nos charts britânicos com o remake de Hoppípolla do Sigur Rós, Poppiholla. E de fato, Chicane é pop. E sem vergonha de ser. É um dos atos que mais estranhamente admiro. Estranhamente porque, de uns anos pra cá, venho discordando e até mesmo desprezando alguns dos seus lançamentos. Espero que ele encontre o caminho certo de novo - embora ele insiste em dizer que não é um DJ, e sim um produtor. E eu, de certa forma, pensando bem, concordo. Não o chamaria de um David Guetta do suburbio - acho que Nick é mais que isso - mas a linha de raciocínio segue por aí.
Sobre a música: It's all about the video, man!
http://www.youtube.com/watch?v=voYfScYaYbY

Melhor Trecho:

"There were no lies between me and you
You said nothing of what you knew
But there was still something in your eyes
Left me helpless and paralyzed"

Título: Some Distant Memory
Intérprete: Electronic
Composição: Bernard Sumner e Johnny Marr
Álbum/Single: Electronic (1991)

Sobre o artista: Electronic é o projeto paralelo do ex-New Order Bernard Sumner e o ex-The Smiths Johnny Marr que permaneceu na ativa durante cerca de 10 anos, desde seu primeiro álbum de estúdio Electronic (1991), produzido em conjunto com Neil Tennant e Chris Lowe do Pet Shop Boys, passando por Raise the Pressure (1996), com a colaboração do ex-Kraftwerk Karl Bartos, para então chegarmos ao último, Twisted Tenderness (1999), mais rock/ruidoso. Posso perfeitamente considerá-los um dos meus duos favoritos, tanto no trabalho aqui comentado, quanto nas carreiras que cada um compôs em suas respectivas bandas de origem. O mais curioso é que, inicialmente, não gostava muito do New Order - isso, por volta de 2006 ou 2007: época que conheci o Electronic - e preferia mais os lançamentos que Marr e Sumner expuseram enquanto juntos. Felizmente a coisa mudou um pouco e hoje acho ambos os atos, adoráveis. Não me recordo muito bem como os conheci, mas suspeito fortemente que foi por meio da conexão primária entre o PSB e eles. É uma pena que não sejam muito reconhecidos. E é uma pena também que as gravações que tanto um quanto o outro, vem realizando, não tenham tanto apelo e valorização quanto antigamente. Mas enfim, né, o tempo chega para todos. Meu álbum favorito deles é esse acima ilustrado, o homônimo Electronic. Revelo que foi difícil escolher minha favorita: de um lado, Getting Away With It, a música biográfica do Morrissey que, humildemente e despretensiosamente, tem muito a ver comigo também; do outro, Some Distant Memory, simples e minimalista em seus versos, que me fizeram um baita sentido nos tempos que a conheci. Ah, e o oboé…
Sobre a música: Logo de cara foi uma das minhas preferidas no primeiro álbum deles. E a escutei durante uma pós-paixão platônica com uma colega, em meados de 2006 ou 2007. Lembro que naquele tempo tinha, de primeira, estabelecido essa como a emblemática e representativa canção daquele período todo, seja pela letra - que tem realmente bastante a ver com simplesmente tudo que sentia na época - ou pelo instrumental, que é apaixonante. Às vezes fico pensando como músicas, sensíveis e comoventes assim - ainda que banais e simplórias exaustivamentes - não geram tanta atenção mais. Deve ser meu espírito velho… Quase tudo nela é um reflexo de muitas coisas que aconteceram comigo ou que desnudam algumas das minhas particularidades: quando ele diz que tem medo dela, também tive medo dela; quando ele diz que gostaria muito de começar tudo de novo, eu também gostaria; ou quando ele diz que perde o controle quando a vê, eu também perco. Felizmente eu não a vejo há alguns bons 2 ou 1 ano e tenho, afortunadamente, conseguido esquecê-la sem maiores rebuliços. Não convém dizer quem é a dita cuja e nenhuma outra especificação - ela de fato nunca irá ler nada disso e eu, consequentemente, sou um passado meramente insignificante na vida dela. Hoje em dia vejo Some Distant Memory como uma música mais associada com a nostalgia. Pra ser sincero, nunca sequer chorei com ela, ainda que me remeta a tudo isso. Vale como recordação, de alguma memória distante. Mas não sei por que, sempre acho que há muito de Raul naquele final. Não acho que sou frio, mas sim neutro. E há uma certa sensação de neutralidade quando a escuto. Algo esquecido ali, na carreira do Electronic. Pouco popular. Pouco notório. Foi, passou e poucos viram… Ah, e como adoro o "see that girl? She's over there"… Como se eu estivesse apontando ali, ela, pra depois dizer "I don't need her, she don't care". E de fato, "I could be one in a million."
Melhor Trecho:

"It's so easy, why are you leaving?
Is it just because I've grown afraid of you?
I wish we were at the beginning
It would be so good to be with you"

Título: There Is a Light That Never Goes Out
Intérprete: The Smiths
Composição: Johnny Marr e Morrissey
Álbum/Single: The Queen Is Dead (1986)

Sobre o artista: Smiths! Outra banda que preciso confessar: não sou fã, mas gosto muito de diversos dos seus clássicos - será que isso me faria um fã? - e acho Morrissey um dos maiores letristas que a música britânica contemplou. Sua influência abrange desde o pop com artistas como Duran Duran, Pulp e Blur até o rock alternativo com Oasis, Belle and Sebastian e The Killers. E é um tanto verdade realmente que os Smiths, com apenas 4 álbuns ao total, provocou mais impacto que toda a carreira solo de quase 20 anos do Morrissey. Também é verdade, particularmente, que não gosto de algumas posturas e até mesmo do temperamento fúnebre e instável do Morrissey - embora muitas das suas canções tenham uma enorme relação comigo. Talvez o que não me agrade, seja o que não me agrada em diversas bandas alternativas: a aura preponderada e egocêntrica que muitas vezes se desenvolve em torno disso. A arrogante e desvirtuada mitificação! Com os Smiths felizmente isso não aconteceu de uma forma muito maléfica, apesar de Morrissey ser sim considerado um mito gerações pós gerações - e eu, rendo-me, concordando com méritos. Eles realmente fizeram por onde para serem vistos como superiores e uma das maiores contribuições à música até aqui. Já ouvi muitos comentários, inclusive, que o nosso Legião Urbana é quase uma cópia da imagem que Moz e Marr estabeleceram juntos no Reino Unido. É… O que posso dizer é que, muito do que há no indie, alternativo e pop atual, deve-se muito a estes rapazes. E como é linda músicas como The Boy With the Thorn in His Side, Heaven Knows I'm Miserable Now e Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me… E como nunca ninguém será tão áspero e dissecará a melancolia do ser humano tão arrojadamente - e tão fielmente - quanto Morrissey.
Sobre a música: There is a light that never goes out… There is a light that never goes out… There is a light that never goes out… There is a light that never goes out… There is a light that never goes out… …
http://www.youtube.com/watch?v=INgXzChwipY

Melhor Trecho:

"And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Such a heavenly way to die
And if a ten-ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well, the pleasure and the privilege is mine"

Título: Being Boring
Intérprete: Pet Shop Boys
Composição: Chris Lowe e Neil Tennant
Álbum/Single: Behaviour (1990)

Sobre o artista: Todos sabem que sou ridiculamente suspeito pra falar do Chris e do Neil, né. Mas enfim… Acho eles não um dos maiores, mas um dos melhores duos ingleses e um dos mais criativos, inteligentes e estupendos atos da música pop. Se quiser comprovar isso, uma dica recente é ver a última turnê do álbum grudento Yes, a Pandeminoum Tour. Esteja certo que poucos fariam isso que eles fazem… E óbvio, isso não fica só por aí. Fundamental uns anos atrás pode sem problemas ser concebido - ao menos a meu ver - como um dos melhores e mais cerebrais álbuns políticos. Mas se você não gosta de misturar política com música - assim como eles contraditoriamente desaprovavam antes - temos Very para os mais extasiantes, Introspective para os mais extrovertidos ou Behaviour para os mais introvertidos. Pet Shop Boys é uma das bandas mais diversificadas e mutáveis que já tive o prazer de conhecer - sempre gosto de usar o exemplo de que, de um lado, temos Closer To Heaven, com a sua impura e depravada sexualidade pop, e do outro, Battleship Potemkin, clássico e erudita. Muitos dizem que isso vem das personalidades de cada um: Chris, mais esportista e descolado; Neil, mais acanhado e culto. Mas eu tenho uma grande suspeita de que ambos tem um pouco de cada um neles. Pet Shop Boys é um artista pra quem não se leva a sério, mas ainda assim se leva na realidade bastante a sério - se é que me entendem… Não acho que receberão as devidas congratulações que merecem com o tempo, mas que Neil e Chris fizeram uma das mais sólidas e consistentes obras na música, isso sim. Cada música, cada letra, cada significado, carinhosamente e inteligentemente expostos pelos dois. De fato, cara, música e, principalmente, o conceito por detrás dela, não tem como ficar melhor que isso… Simplesmente arte! Mas não leve esse último comentário como algo esnobe… Aliás, esnobe é o que os pop-fantásticos aqui menos são…
Sobre a música: It's all about the video, man! #2
http://www.youtube.com/watch?v=DnvFOaBoieE

Melhor Trecho:

"Now I sit with different faces
In rented rooms and foreign places
All the people I was kissing
Some are here and some are missing
In the nineteen-nineties
I never dreamt that I would get to be
The creature that I always meant to be
But I thought in spite of dreams
You'd be sitting somewhere here with me"

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